quinta-feira, 21 de julho de 2011

Alternativas aos Agrotóxicos

do blog Luis Nassif

Prezado,

Eu conheço plantações em larga escala até de monoculturas como cana de açúcar em regime estritamente orgânico, usando somente controle biológico de pragas, combinado com adubação equilibrada e plantio direto em palha, sem necessidade de usar nem mesmo herbicida e com uma produtividade mais alta que a convencional. Eu sou agrônomo e lhe digo que usando a inteligência e tendo vontade de fazer, tudo é possível. Só não é possível quando se sucumbe ao determinismo fácil de que só há uma maneira de resolver as coisas.

Existem muitas tecnologias que poderiam desde já minimizar o uso de agrotóxicos, apenas para exemplificar algumas bem conhecidas:

  1. Rotação de culturas para controle de pragas e melhorar estrutura do solo;
  2. Plantio consorciado usando plantas companheiras;
  3. Usar a alelopatia para controlar ervas daninhas;
  4. Manejo ecológico do solo, mantendo a estrutura e grumosidade, com cobertura morta (palhada) para proteger da insolação e erosão e com reposição de matéria orgânica constante, necessária em clima tropical. O solo é uma estrutura viva. Quando você mata o solo ele perde a estrutura e a planta fica desequilibrada e se desenvolve mal;
  5. Adubação equilibrada do solo sem excessos de nitrogênio e com micronutrientes essenciais à defesa da planta contra as pragas. Imagine que você coma somente arroz, ou somente carne, seu sistema imunológico ficará vulnerável a doenças porque você precisa de outras vitaminas, minerais, aminoácidos que um só alimento não te dará. O mesmo acontece com as plantas se você der a elas somente a adubação comercial de NPK. A planta precisa de outros macro e micro nutrientes para se desenvolver de forma saudável;
  6. Controle biológico de pragas e doenças;
  7. Manter faixas de mata nativa interligada por corredores para não isolar espécies animais. A vegetação nativa é uma reserva de inimigos naturais das pragas;
  8. Utilização de plantas antagônicas que exudam substâncias tóxicas nas raízes para controle de pragas como fitonematóides. Um exemplo é a Crotalária que também é um excelente adubo verde. Outro é a mucuna-preta, que é uma planta armadilha para nematóides, um subsolador natural para o solo e um excelente adubo orgânico.

Com uma boa educação e extensão rural, com vontade real do governo em mudar este quadro investindo em pesquisa em alternativas ecológicas, em variedades resistentes não a determinado herbicida como as multinacionais fazem nos transgênicos, mas resistentes a determinadas pragas; incentivando a adoção de técnicas de agricultura ecológica, combinando essas várias tecnologias com inteligência e um forte apoio técnico aos agricultores (universidades e extensão rural) é possível reverter quase completamente este quadro, em muitas culturas eliminando completamente o uso de agrotóxicos.

Acredite: já há culturas em escala industrial aqui no Brasil que não usam mais agrotóxicos. Já passou a época em que a agricultura orgânica era restrita a pequenas propriedades. Não deixe a indústria do agrotóxico, que é tão poderosa quanto a do cigarro, fazer você acreditar que a única maneira possível de produzir em larga escala é usar agrotóxicos.


Fonte: Blog Luis Nassif

quarta-feira, 20 de julho de 2011

O mapa dos cabos submarinos utilizados nas Telecomunicações

O programador Greg Mahlknecht desenvolveu um mapa gratuito (www.cablemap.info/) que mostra praticamente todos os cabos de telecomunicações submarinos usados como base para o transporte de informações através da internet. O projeto, que levou vários meses até ser concluído, pode ser visto de maneira gratuita por qualquer usuário.

Mapa Mundi - Cabos Submarinos de Telecomunicações
Mahlknecht espera contar com a ajuda de usuários para eventuais correções e como forma de obter informações adicionais para os mapas. A esperança é que o projeto chegue ao ponto de se tornar mais completo que aquele disponibilizado pela Telegeography, que cobra US$ 250 de todos aqueles que desejam obter o mapa completo dos cabos submarinos que percorrem a Terra.

O novo mapa mostra com bastantes detalhes a grande quantidade de cabos que em breve devem trazer uma maior oferta de internet para o continente africano. Quanto maior a espessura do traçado feito, mais informações são transmitidas pela conexão representada.

Dados totalmente gratuitos O ponto de partida do projeto foram informações sobre cabos submarinos disponibilizadas na Wikipedia. A partir disso, Mahlknecht começou a acessar os sites das companhias responsáveis e a realizar buscas no Google para conferir as informações disponíveis e complementar os dados obtidos.

Todos os dados disponíveis no mapa estão disponíveis sob a General Public Licence (GPL), mesma licença usada por diversos governos e softwares opensource. Por enquanto, os dados só podem ser acessados através do site, situação que Mahlknecht espera corrigir em breve. Segundo ele, assim que os bugs do endereço forem corrigidos, o mapa será disponibilizado para download de forma totalmente gratuita.

Fonte: Portal Terra Tecnologia