sábado, 20 de agosto de 2011

A HP e suas escolhas erradas na "era Pós-PC"

Por Ilustre BOB
via blog Luis Nassif

Embora a HP seja a maior vendedora de PCs do mundo, ela praticamente não tem lucrado nesse mercado. Ou seja, ela se degladia com dezenas de outras empresas por margens de lucro pequeníssimas. O problema reside justamente no modelo de licenciamento do sistema operacional; no caso, o Windows.

A Apple, por sua vez, escapa dessa batalha por migalhas já que ela tem controle total da combinação hardware+software. Sendo assim, ela se dá o luxo de ter apenas 7% do market share de PCs, mas ser a empresa que mais lucra no ramo. "Claro, os Macs são caros!", diriam alguns. No entanto, a afirmação não explica o caso. Veja o exemplo da Sony e seus caríssimos Sony Vaio, que no fim das contas dão pouquíssimo (ou nenhum) lucro para a gigante japonesa. O caso aqui é de otimização e controle do todo.

A HP acordou para a situação quando decidiu comprar o webOS e usá-lo como sistema operacional padrão da empresa. O plano inicial era começar usando-o em tablets e celulares e, em seguida, passar a usá-los em PCs numa espécie de transição onde o Windows (e seu dispendioso licenciamento) seria deixado de lado.


No entanto, para o susto da HP, o TouchPad (primeiro e último tablet da empresa) simplesmente não saiu das prateleiras. Apesar da elegância e excelente funcionalidade do webOS, a HP fez um hardware de segunda categoria. O TouchPad foi lançado com uma tela menor, um processador pior e com muito menos apoio dos desenvolvedores de apps que o iPad. E pior: mais caro!

A aposta no mercado de tablets saiu mais arriscada do que o planejado. O público simplesmente não entendeu por que deveriam pagar mais caro num produto pior que o objeto de desejo lançado pela Apple. A HP, então cortou o preço do seu tablet. Duas vez. Sem resultado. Então, lojas de departamento começaram a devolver os milhares de TouchPads não vendidos para a HP. Foi a gota d'água.

Já estamos na era pós-PC e o iPad está dominando o mercado não só porque tem uma excelente integração entre hardware e software, mas também (e principalmente) porque ele oferece um ecossistema completo para o usuário: hardware de ponta, sistema operacional maduro, iTunes, App Store, iBookstore, etc. Alguns o chamam de presídio de luxo. Há um toque de verdade aí. No entanto, esse modelo (de integração total via um ecossistema robusto) tem agradado a grande maioria das pessoas. Mais do que um presídio de luxo: um belíssimo condomínio fechado.


Fonte: Blog Luis Nassif