quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Web deu ao público o controle da informação

A empresária Arianna Huffington, de 60 anos, inicia em 18 de dezembro uma viagem de quatro dias ao Brasil para “aprender sobre sua economia vibrante” e sobre as medidas adotadas pelo País para “reduzir a desigualdade social”. O tema lhe é caro por causa de seu mais recente livro, “Third World America”, em que alerta que a redução da mobilidade social e o declínio da classe média nos EUA vêm dizimando o chamado “sonho americano” e arriscam transformar o país em uma nação do Terceiro Mundo.

A ateniense radicada nos EUA, autora de outros 12 livros – incluindo biografias de Maria Callas e Picasso e obras de autoajuda -, não limitou a discussão da perda de poder dos EUA ao “Third World America”. Ela a expandiu para o fenômeno do jornalismo online Huffington Post, site de notícias e opinião lançado em 2005 e do qual é editora-chefe e cofundadora. No site, conhecido simplesmente como HuffPost, Arianna batizou uma seção com o nome do livro, com a proposta de que os leitores e internautas mapeiem iniciativas sendo empregadas nos EUA para ajudar na recuperação econômica e social do país.

A seção se encaixa na visão de Arianna de que o público não é mais um receptor passivo da informação, um mero espectador. Com a liberdade dada pela internet de poder comentar, interagir, compartilhar e de buscar qualquer conteúdo, as pessoas agora detêm seu controle. “Com o crescimento explosivo da mídia social, nos engajamos com as informações, reagimos a elas e as compartilhamos. Tornou-se algo que compilamos, conectamos e discutimos. Em resumo, as notícias se tornaram sociais”, disse Arianna ao iG.

Essa ideia, somada a 195 empregados, à colaboração voluntária de 6 mil blogueiros – que atraem 4 milhões de comentários por mês – e a um habilidoso uso do SEO (sigla em inglês para “Otimização da Ferramenta de Busca”, que melhora os resultados no Google), transformou o HuffPost em um sucesso do jornalismo online. Atualmente o site só perde em audiência para o do New York Times.

No Brasil, a 28ª mulher mais poderosa do mundo, segundo a revista Forbes, deve se encontrar com a presidenta eleita Dilma Rousseff [a 3ª mulher, leia aqui, e 16ª pessoa mais poderosa do mundo, leia aqui] e com a senadora Marta Suplicy (PT-SP), e participar de um jantar promovido pelo publicitário Nizan Guanaes em São Paulo.

iG: Considerando o sucesso do modelo do HuffPost, qual é o futuro dos jornais tradicionais?

Arianna: Acredito em um futuro jornalístico híbrido em que os jornais tradicionais adotem os melhores elementos do jornalismo online e em que os sites de mídia façam cada vez mais a reportagem investigativa usualmente associada somente às empresas tradicionais. E ao contrário do derrotismo relacionado à mídia como negócio, acredito que vivemos a Era Dourada para aqueles que consomem informação, que podem navegar na internet, usar sistemas de buscas, acessar as melhores histórias de todas as partes do mundo e ser capazes de comentar, interagir e formar comunidades. A Web nos deu o controle sobre a informação que consumimos. E agora o crescimento explosivo da mídia social também está mudando fundamentalmente nosso relacionamento com a notícia. Não é mais algo que aceitamos passivamente. Agora nos engajamos com as informações, reagimos a elas e as compartilhamos. Tornou-se algo que compilamos, conectamos e discutimos. Em resumo, as notícias se tornaram sociais.

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Fonte: Blog Viomundo - Luiz Carlos Azenha

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