"(...) há ricos e ricos. O rico desenvolvimentista, que produz, forjado a partir de muito esforço e não de benesses e privilégios, este valoriza o trabalho de Lula/Dilma nesses oito anos. Este reflete e sabe da necessidade de uma sociedade mais justa, sabe que este agora é um caminho sem volta e só assim poderemos prosperar ainda mais. Um desses ricos é Jorge Gerdau Johanpetter, o homem do aço, que há duas semanas deu almoço para Dilma em Porto Alegre. Mas isso não saiu nos jornais. Não devia interessar..."
Hildegard Angel,colunista carioca
em 16out2010, via, olhonamira
em 16out2010, via, olhonamira
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O movimento pela qualidade, Gerdau e Dilma
do blog Luis Nassif Online
por Luis Nassif
Estou chegando da premiação da Fundação Nacional de Qualidade (FNQ), na Sala São Paulo. Não fiquei até o fim. Amanhã, acordo às 5 da matina para viajar para Marabá.
Mas deu tempo para um belo contato com os militantes do movimento que mudou a face do país – e uma longa conversa com o pai de todos, Jorge Gerdau.
Coube a ele ainda no Bolo de Noiva convencer o presidente eleito Fernando Collor da importância dos programas de gestão. A partir dessas conversas iniciais, nasceu a própria FNQ e o Sebrae foi remodelado para atender às pequenas e micro empresas.
Depois, no governo FHC, batalhamos juntos para convencer o então Ministro da Administração Luiz Carlos Bresser Pereira a criar o Prêmio de Qualidade do Setor Público. Durante um ou dois anos participei como jurado – aprendendo em toda reunião com os craques da qualidade que também compunham o júri, entre os quais Gerdau.
Os olhos de Gerdau brilham com intensidade quando fala em qualidade no setor público. Lembre que os três governos que abraçaram a bandeira – Eduardo Campos, em Pernambuco, Aécio Neves, em Minas, e Paulo Hartung, no Espírito Santo – venceram as eleições por larga margem.
Na roda, outro membro do movimento fala das diferenças entre eles:
Indago de Gerdau sobre sua disposição de aceitar o convite de Dilma Rousseff para ajudar em um conselho presidencial, que opine sobre temas de gestão. Lembro a extrema importância de Nelson Rockefeller que nos anos 50 foi incumbido por Eisenhower da reformar o Estado americano. De seus trabalhos nasceu a moderna conformação do Departamento de Estado, da Agricultura, do Tesouro. Os olhos de Gerdau brilham mais.
Explicou que não aceitou Ministério porque detestaria cuidar de estruturas burocráticas. Considera-se uma mão de obra muito cara para ficar assinando despachos burocráticos. Como membro desse comitê de assessoramento, o jogo é outro. Indago qual o tempo que deixará disponível para os trabalhos de gestão no governo Dilma. A resposta é imediata: "O tempo que for necessário".
A conversa engata com Antonio Maciel, da Suzano – e primeira pessoa a me alertar para a revolução que surgia com os programas de qualidade no início dos anos 90. Há quase um consenso de que os próximos anos poderão ser históricos, a consolidação de bandeiras que vimos defendendo há quase duas décadas – uma das premiações das quais mais me orgulho foi a de ter sido escolhido pelo FNQ, alguns anos atrás, como uma das 25 ou 35 pessoas que mais contribuíram para a disseminação dos conceitos de qualidade no país.
Há consenso de que nem FHC nem Lula tinham grandes aptidões para a gestão – Lula compensando com sua notável intuição, como ressalta Gerdau. Mas Dilma, não, é gestora, objetiva e, para substituir Lula, terá que produzir um grande governo. Há esperanças de que pela primeira vez a questão da gestão pública entre no centro das preocupações do governo e o estímulo ao investimento se transforme em bandeira.
No ambiente superlotado, é possível ver grandes empresas públicas, como o Inmetro e a Cemig, grandes grupos privados, como o Laboratório Fleury, Natura, CPFL, Gerdau. Até a hora que fiquei, não se via uma autoridade presente, nem federal nem estadual. Mas em várias todas estavam os pioneiros do movimento e a jovem guarda, os rapazes que pegaram o bastão e levaram adiante.
Quando olho para frente, às vezes dá um desânimo com o tanto de avanços de que o país necessita. Mas quando olho para os não tão longínquos vinte anos atrás, é possível perceber como o país avançou.
Mas deu tempo para um belo contato com os militantes do movimento que mudou a face do país – e uma longa conversa com o pai de todos, Jorge Gerdau.
Coube a ele ainda no Bolo de Noiva convencer o presidente eleito Fernando Collor da importância dos programas de gestão. A partir dessas conversas iniciais, nasceu a própria FNQ e o Sebrae foi remodelado para atender às pequenas e micro empresas.
Depois, no governo FHC, batalhamos juntos para convencer o então Ministro da Administração Luiz Carlos Bresser Pereira a criar o Prêmio de Qualidade do Setor Público. Durante um ou dois anos participei como jurado – aprendendo em toda reunião com os craques da qualidade que também compunham o júri, entre os quais Gerdau.
Os olhos de Gerdau brilham com intensidade quando fala em qualidade no setor público. Lembre que os três governos que abraçaram a bandeira – Eduardo Campos, em Pernambuco, Aécio Neves, em Minas, e Paulo Hartung, no Espírito Santo – venceram as eleições por larga margem.
Na roda, outro membro do movimento fala das diferenças entre eles:
- Eduardo Campos: pondo a mão na massa e conduzindo pessoalmente a gestão;
- Aécio Neves: entrando apenas nas articulações políticas e deixando o dia-a-dia sob o comando de Antônio Anastásia.
Indago de Gerdau sobre sua disposição de aceitar o convite de Dilma Rousseff para ajudar em um conselho presidencial, que opine sobre temas de gestão. Lembro a extrema importância de Nelson Rockefeller que nos anos 50 foi incumbido por Eisenhower da reformar o Estado americano. De seus trabalhos nasceu a moderna conformação do Departamento de Estado, da Agricultura, do Tesouro. Os olhos de Gerdau brilham mais.
Explicou que não aceitou Ministério porque detestaria cuidar de estruturas burocráticas. Considera-se uma mão de obra muito cara para ficar assinando despachos burocráticos. Como membro desse comitê de assessoramento, o jogo é outro. Indago qual o tempo que deixará disponível para os trabalhos de gestão no governo Dilma. A resposta é imediata: "O tempo que for necessário".
A conversa engata com Antonio Maciel, da Suzano – e primeira pessoa a me alertar para a revolução que surgia com os programas de qualidade no início dos anos 90. Há quase um consenso de que os próximos anos poderão ser históricos, a consolidação de bandeiras que vimos defendendo há quase duas décadas – uma das premiações das quais mais me orgulho foi a de ter sido escolhido pelo FNQ, alguns anos atrás, como uma das 25 ou 35 pessoas que mais contribuíram para a disseminação dos conceitos de qualidade no país.
Há consenso de que nem FHC nem Lula tinham grandes aptidões para a gestão – Lula compensando com sua notável intuição, como ressalta Gerdau. Mas Dilma, não, é gestora, objetiva e, para substituir Lula, terá que produzir um grande governo. Há esperanças de que pela primeira vez a questão da gestão pública entre no centro das preocupações do governo e o estímulo ao investimento se transforme em bandeira.
Hoje em dia, o movimento ganhou outra dimensão. O modelo pioneiro, de mapear processos e reduzir custos já foi superado, incorporando-se definitivamente ao universo empresarial. Agora, o desafio é incutir o conceito de inovação em todas as fases do processo.No salão repleto, há um orgulho genuíno com os feitos da qualidade. Numa roda ao lado, um consultor conta que foi conversar com o pessoal da BHP Billiton, a grande mineradora australiana. E eles informaram que o modelo de gestão brasileiro virou top no mundo. A própria ISO (sistema de certificação) foi alterado incorporando conceitos desenvolvidos no âmbito dos programas de qualidade brasileiros.
No ambiente superlotado, é possível ver grandes empresas públicas, como o Inmetro e a Cemig, grandes grupos privados, como o Laboratório Fleury, Natura, CPFL, Gerdau. Até a hora que fiquei, não se via uma autoridade presente, nem federal nem estadual. Mas em várias todas estavam os pioneiros do movimento e a jovem guarda, os rapazes que pegaram o bastão e levaram adiante.
Quando olho para frente, às vezes dá um desânimo com o tanto de avanços de que o país necessita. Mas quando olho para os não tão longínquos vinte anos atrás, é possível perceber como o país avançou.
Fonte: Blog Luis Nassif