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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O movimento pela qualidade de Gestão

"(...) há ricos e ricos. O rico desenvolvimentista, que produz, forjado a partir de muito esforço e não de benesses e privilégios, este valoriza o trabalho de Lula/Dilma nesses oito anos. Este reflete e sabe da necessidade de uma sociedade mais justa, sabe que este agora é um caminho sem volta e só assim poderemos prosperar ainda mais. Um desses ricos é Jorge Gerdau Johanpetter, o homem do aço, que há duas semanas deu almoço para Dilma em Porto Alegre. Mas isso não saiu nos jornais. Não devia interessar..."
Hildegard Angel,colunista carioca
em 16out2010, via, olhonamira
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O movimento pela qualidade, Gerdau e Dilma


do blog Luis Nassif Online
por Luis Nassif

Estou chegando da premiação da Fundação Nacional de Qualidade (FNQ), na Sala São Paulo. Não fiquei até o fim. Amanhã, acordo às 5 da matina para viajar para Marabá.

Mas deu tempo para um belo contato com os militantes do movimento que mudou a face do país – e uma longa conversa com o pai de todos, Jorge Gerdau.

Coube a ele ainda no Bolo de Noiva convencer o presidente eleito Fernando Collor da importância dos programas de gestão. A partir dessas conversas iniciais, nasceu a própria FNQ e o Sebrae foi remodelado para atender às pequenas e micro empresas.

Depois, no governo FHC, batalhamos juntos para convencer o então Ministro da Administração Luiz Carlos Bresser Pereira a criar o Prêmio de Qualidade do Setor Público. Durante um ou dois anos participei como jurado – aprendendo em toda reunião com os craques da qualidade que também compunham o júri, entre os quais Gerdau.

Os olhos de Gerdau brilham com intensidade quando fala em qualidade no setor público. Lembre que os três governos que abraçaram a bandeira – Eduardo Campos, em Pernambuco, Aécio Neves, em Minas, e Paulo Hartung, no Espírito Santo – venceram as eleições por larga margem.

Na roda, outro membro do movimento fala das diferenças entre eles: 
  • Eduardo Campos: pondo a mão na massa e conduzindo pessoalmente a gestão;
  • Aécio Neves: entrando apenas nas articulações políticas e deixando o dia-a-dia sob o comando de Antônio Anastásia.

Indago de Gerdau sobre sua disposição de aceitar o convite de Dilma Rousseff para ajudar em um conselho presidencial, que opine sobre temas de gestão. Lembro a extrema importância de Nelson Rockefeller que nos anos 50 foi incumbido por Eisenhower da reformar o Estado americano. De seus trabalhos nasceu a moderna conformação do Departamento de Estado, da Agricultura, do Tesouro. Os olhos de Gerdau brilham mais.

Explicou que não aceitou Ministério porque detestaria cuidar de estruturas burocráticas. Considera-se uma mão de obra muito cara para ficar assinando despachos burocráticos. Como membro desse comitê de assessoramento, o jogo é outro. Indago qual o tempo que deixará disponível para os trabalhos de gestão no governo Dilma. A resposta é imediata: "O tempo que for necessário".

A conversa engata com Antonio Maciel, da Suzano – e primeira pessoa a me alertar para a revolução que surgia com os programas de qualidade no início dos anos 90. Há quase um consenso de que os próximos anos poderão ser históricos, a consolidação de bandeiras que vimos defendendo há quase duas décadas – uma das premiações das quais mais me orgulho foi a de ter sido escolhido pelo FNQ, alguns anos atrás, como uma das 25 ou 35 pessoas que mais contribuíram para a disseminação dos conceitos de qualidade no país.

Há consenso de que nem FHC nem Lula tinham grandes aptidões para a gestão – Lula compensando com sua notável intuição, como ressalta Gerdau. Mas Dilma, não, é gestora, objetiva e, para substituir Lula, terá que produzir um grande governo. Há esperanças de que pela primeira vez a questão da gestão pública entre no centro das preocupações do governo e o estímulo ao investimento se transforme em bandeira.
No salão repleto, há um orgulho genuíno com os feitos da qualidade. Numa roda ao lado, um consultor conta que foi conversar com o pessoal da BHP Billiton, a grande mineradora australiana. E eles informaram que o modelo de gestão brasileiro virou top no mundo. A própria ISO (sistema de certificação) foi alterado incorporando conceitos desenvolvidos no âmbito dos programas de qualidade brasileiros.
Hoje em dia, o movimento ganhou outra dimensão. O modelo pioneiro, de mapear processos e reduzir custos já foi superado, incorporando-se definitivamente ao universo empresarial. Agora, o desafio é incutir o conceito de inovação em todas as fases do processo.

No ambiente superlotado, é possível ver grandes empresas públicas, como o Inmetro e a Cemig, grandes grupos privados, como o Laboratório Fleury, Natura, CPFL, Gerdau. Até a hora que fiquei, não se via uma autoridade presente, nem federal nem estadual. Mas em várias todas estavam os pioneiros do movimento e a jovem guarda, os rapazes que pegaram o bastão e levaram adiante.

Quando olho para frente, às vezes dá um desânimo com o tanto de avanços de que o país necessita. Mas quando olho para os não tão longínquos vinte anos atrás, é possível perceber como o país avançou.


terça-feira, 30 de novembro de 2010

DOCUMENTOS DIVULGADOS POR WikiLeaks DESNUDAM "MODUS OPERANDI" DOS EUA

Documentos revelam infiltrações políticas dos EUA em diferentes países
 
JULIAN ASSANGE PARA A FOLHA
via blog Leituras Favre


Esses documentos mostram a verdadeira história do império americano de 1966 a 2010, da maneira como foi relatada pelas embaixadas de todo o mundo.

São cerca de 285 milhões de palavras sobre intriga diplomática. Se fossem impressas, daria para preencher mais de 3.000 livros.

Os documentos mostram infiltrações políticas dos Estados Unidos em quase todos os países, mesmo naqueles considerados “neutros”, como a Suécia e a Suíça. As embaixadas observam de perto a mídia local, o serviço de inteligência, a indústria de armas e de petróleo e fazem forte lobby para todo tipo de empresas americanas.

Os telegramas das embaixadas dos EUA são a coisa mais interessante que eu já li e o vazamento de informações secretas mais importante da história.

É uma riquíssima documentação sobre como o mundo funciona de fato. Antes mesmo do lançamento do Cablegate, os EUA alertaram quase todos os governos do mundo, tal é o medo que regimes abusivos e relações escusas sejam expostos.

CENSURA
O Reino Unido emitiu uma notificação à imprensa, o DA-notice (um pedido oficial para revisar todo material sobre o tema antes da publicação), o que pode ser visto como uma censura velada.

Assim, nas próximas semanas, vamos poder julgar o clima político em dezenas de países através da maneira como eles respondem.

Será que vão se empenhar numa campanha para desviar as atenções ou será que vão fazer uma campanha para mudar a maneira como as coisas são feitas?

Para esse lançamento, começamos a produzir também reportagens em português no nosso site, porque o WikiLeaks tem muitos apoiadores no Brasil.

A filosofia da nossa organização é compartilhada pelos grupos brasileiros que lutam por liberdade na mídia, na imprensa e na internet.

Temos parceria com o “New York Times” e o “Guardian” para chegar ao público que fala inglês, o “El Pais” para os que falam espanhol, o “Le Monde” para francês e “Der Spiegel” para alemão.

PORTUGUÊS

Mas o português também é uma língua muito importante, e a publicação deste material é de grande interesse para os brasileiros; e de grande interesse para definir os rumos do novo governo.

Desde o começo o WikiLeaks foi construído para ajudar a todo o mundo. Injustiça em qualquer lugar é injustiça em todo lugar.

Nós acreditamos que a internet é uma ferramenta que permite que pessoas corajosas se reúnam para lutar por justiça e vencer. Com a ajuda dos internautas, podemos exigir que a nação superpoderosa preste contas a todos.


Fonte: Blog Leituras Favre


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Dilma terá representante dos EUA em seu ministério

Documentos confidenciais revelam que, para EUA, Itamaraty é adversário

FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA
via blog viomundo

da Folha

Telegramas confidenciais de diplomatas dos EUA indicam que o governo daquele país considera o Ministério das Relações Exteriores do Brasil como um adversário que adota uma “inclinação antinorte-americana”.

Esses mesmos documentos mostram que os EUA enxergam o ministro da Defesa, Nelson Jobim, como um aliado em contraposição ao quase inimigo Itamaraty.

Mantido no cargo no governo de Dilma Rousseff, o ministro é elogiado e descrito como “talvez um dos mais confiáveis líderes no Brasil”.

A Folha leu com exclusividade seis telegramas de um lote de 1.947 documentos elaborados pela Embaixada dos EUA em Brasília, sobretudo na última década.

Os despachos foram obtidos pela organização não governamental WikiLeaks. As íntegras desses papéis estarão hoje no site da ONG, que também produzirá reportagens em português. O site da Folha divulgará os telegramas completos.

Num dos telegramas, de 25 de janeiro de 2008, o então embaixador dos EUA em Brasília, Clifford Sobel, relata aos seus superiores como havia sido um almoço mantido dias antes com Nelson Jobim. Nesse encontro, o ministro brasileiro contribuiu para reforçar a imagem negativa do Itamaraty perante os norte-americanos.

Indagado sobre acordos bilaterais entre os dois países, Jobim citou o então secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães.

Segundo o relato produzido por Clifford Sobel, “Jobim disse que Guimarães ‘odeia os EUA’ e trabalha para criar problemas na relação [entre os dois países]“.

Não há nos seis telegramas confidenciais lidos pela Folha nenhuma menção a atos ilícitos nas relações bilaterais Brasil-EUA. São apenas descrições de encontros, almoços e reuniões.

Ao mencionar um acordo bilateral, Clifford Sobel diz que caberá ao presidente Lula decidir entre as posições de um “inusualmente ativo ministro da Defesa interessado em desenvolver laços mais próximos com os EUA e um Ministério das Relações Exteriores firmemente comprometido em manter controle sobre todos os aspectos da política internacional”.

Num telegrama de 13 de março de 2008, Sobel afirma que o Itamaraty trabalhou ativamente para limitar a agenda de uma viagem de Jobim aos EUA.

Ao relatar a visita (de 18 a 21 de março de 2008), os EUA pareciam frustrados: “Embora existam boas perspectivas para melhorar nossa relação na área de defesa com o Brasil, a obstrução do Itamaraty continuará um problema”.


CAÇAS DA FAB

Apesar de elogiado, Jobim nunca apresentou em reuniões nenhuma proposta especial aos EUA a respeito da licitação dos 36 aviões caça que serão comprados pela Força Aérea Brasileira.

Em todos os relatos confidenciais os diplomatas dos EUA em Brasília mencionam frases de Jobim que coincidem com o que o ministro declarou em público.

Em uma ocasião, por exemplo, os norte-americanos escrevem: “Compras de fornecedores dos EUA serão mais competitivas quando [o país] autorizar uma produção brasileira de futuros sistemas militares”.

Procurado pela Folha, o Departamento de Estado dos EUA se recusou a comentar as comunicações sigilosas.

Uma porta-voz do departamento enfatizou que os países mantêm boas relações. A Casa Branca não respondeu à reportagem até a conclusão desta edição.

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O ministro Nelson Jobim nega que tenha dito o que o embaixador americano disse que ele disse.

Segundo a Folha:

A assessoria do Ministério da Defesa enviou um comunicado à imprensa para rechaçar a informação. Segundo a nota, ele já teria esclarecido a Guimarães que a conversa com Sobel existiu, mas em outros termos: Jobim teria tratado-o “com respeito” e classificado Guimarães como “um nacionalista, um homem que ama profundamente o Brasil”. O ministro chamou Guimarães de “meu amigo” e disse que Sobel teria interpretado errado sua mensagem. “Se o embaixador disse que Samuel não gosta dos Estados Unidos, isso é interpretação do embaixador, eu não disse isso. Samuel é meu amigo.”

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Telegramas das enviadas pela embaixada dos EUA no Brasil para Washington revela que Ministro da Defesa, Nelson Jobim, é visto como ’ativista’ pró-EUA, clique leia e tire suas conclusões.



Fonte: Blog Viomundo - Luiz carlos Azenha


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domingo, 28 de novembro de 2010

O Estado e o crime organizado no RIO

Revisado ás 15:35hs 28nov2010
Abaixo, transcrevo duas reportagens, um da BBC Brasil e outro do Correio do Brasil, sobre os conflitos que vêm ocorrendo no Rio de Janeiro. São dois posicionamentos que, a princípio pareçam ser divergentes, se olharmos com mais precisão elas se complementam. Ao final da leitura ficam várias perguntas não respondidas. Quem são os que estão por trás deste rico mercado do tráfico e quais grupos de interesse está por trás desse show midiático? Eles são o mesmo grupo ou de interesses diversos? São nacionais ou estrangeiros? Fica só uma certeza, é a de que as UPPs aproximaram os cidadãos e o Estado e deram uma balançada no jogo e na hegemonia de interesses, isso fez. Se isso vai perdurar é outra história.
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Perda de espaço motiva ataques do tráfico, dizem analistas



Júlia Dias Carneiro
da BBC Brasil no R J

Unidades de Polícia Pacificadora avançam em locais antes dominados por criminosos.
A progressiva perda de espaços antes dominados pelo tráfico causada pelo avanço das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) é vista por analistas como uma das principais desencadeadoras da onda de ataques no Rio.

Foto: Airpano.ru
Para o sociólogo e pesquisador do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Gláucio Soares, a instalação de UPPs resultou “numa redução considerável de renda” para os traficantes, e na perda de um domínio territorial que já somava décadas.

Além das UPPs, o sociólogo David Morais, da Universidade Cândido Mendes, diz que o surgimento das milícias – outra forma de poder paralelo nos morros, ligadas a policiais ou ex-policiais corruptos – também contribuiu para encolher ainda mais os espaços de que antes desfrutavam os traficantes.

“O monopólio territorial do tráfico começa a cair com o surgimento das UPPs, e paralelamente você tem as milícias, que começam a concorrer nas mesmas atividades. Então os traficantes têm que buscar outros lugares para continuar suas atividades ilícitas”, explica.

Morais afirma que descer para o asfalto não é a alternativa automática. “Nas favelas, o crime é muito mais fácil, porque não faltam vias de fuga que viaturas não podem acessar”.


Motivação política

O antropólogo Rubem César Fernandes, da ONG Viva Rio, vê motivação política por trás dos ataques, lembrando que estamos num momento de transição entre um mandato político e outro. A situação lembra a virada de 2006 para 2007, quando uma série de ataques – incluindo ônibus queimados e policiais mortos – foi realizada antes da posse do governador Sérgio Cabral.
“Por um lado, as ações parecem ser intervenções para influenciar nessa mudança. O que está diferente, entretanto, é que elas parecem ser mais coordenadas que das outras vezes, e os métodos adotados mudaram. Está havendo uma articulação territorial muito ampla, e as ações são rápidas, sem deixar vítimas”
Rubem César Fernandes

Foto:UOL. acessado em 28nov2010
Ônibus incendiado na avenida Presidente
Vargas, centro do Rio, UOL Noticias


“Estão queimando para a fotografia, para provocar uma imagem na opinião pública.”
Rubem César Fernandes

O que também mudou desta vez, aponta Fernandes, é que pela primeira vez há um ânimo na sociedade acompanhando o governo nas reconquistas dos territórios.

“Com as UPPs, criou-se um horizonte. E a resposta está vindo mais forte do que os traficantes imaginaram”, diz Fernandes, citando a articulação veloz entre o governo do Estado e Marinha para o uso de veículos blindados na operação realizada quinta-feira.

“Acho que o feitiço virou contra o feiticeiro”, afirma, torcendo para que o momento represente “a virada de mais uma página importante na conquista dos territórios”.

Entrosamento com a comunidade

Para Gláucio Soares, o entrosamento das polícias pacificadoras com as comunidades prejudicou ainda mais o crime. “Nas favelas liberadas, a população tem mostrado uma grande aprovação. Isso transforma o traficante numa figura indesejada”, diz ele.

Exemplo para tal é o aumento de ligações feitas ao Disque Denúncia. “Antes, as pessoas não denunciavam por medo de represália. Agora, aumentou a apreensão de drogas, armas e a prisão de traficantes com base em denúncias”, diz Soares.

Santa Marta foi a primeira comunidade do Rio
a ter UPP instalada, livrando os moradores do
domínio do tráfico. Blog Chebola
De acordo com o sociólogo, o que difere este momento de outras escaladas de violência no passado é a relação com as UPPs. Ele ressalta, entretanto, que os eventos ocorridos não são novidade.

“É preciso não perder a memória. De 2000 a 2009, 822 ônibus foram queimados e depredados por bandidos no Rio”, diz, citando dados da federação de transportes do Estado.

Já David Morais considera que há outro diferencial: a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. “O Rio vai se transformar num foco de atenção em função desses dois grandes eventos, que vão atrair muito investimento e muito turismo, mas qualquer coisinha que acontecer aqui vai virar um ‘oba-oba’ para a mídia”, diz.



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A farsa e a geopolítica do crime


José Cláudio Souza Alves
via Correio do Brasil RJ


Nós que sabemos que o “inimigo é outro”, na expressão padilhesca, não podemos acreditar na farsa que a mídia e a estrutura de poder dominante no Rio querem nos empurrar.

figura:Correio do Brasil - acessada 28nov2010
O conflito no Rio nas visões
da classe média e da favela

Achar que as várias operações criminosas que vem se abatendo sobre a Região Metropolitana nos últimos dias, fazem parte de uma guerra entre o bem, representado pelas forças publicas de segurança, e o mal, personificado pelos traficantes, é ignorar que nem mesmo a ficção do Tropa de Elite 2 consegue sustentar tal versão.

O processo de reconfiguração da geopolítica do crime no Rio de Janeiro vem ocorrendo nos últimos 5 anos. De um lado Milícias, aliadas a uma das facções criminosas, do outro a facção criminosa que agora reage à perda da hegemonia.

Exemplifico. Em Vigário Geral a polícia sempre atuou matando membros de uma facção criminosa e, assim, favorecendo a invasão da facção rival de Parada de Lucas. Há 4 anos, o mesmo processo se deu. Unificadas, as duas favelas se pacificaram pela ausência de disputas. Posteriormente, o líder da facção hegemônica foi assassinado pela Milícia. Hoje, a Milícia aluga as duas favelas para a facção criminosa hegemônica.

Processos semelhantes a estes foram ocorrendo em várias favelas. Sabemos que as milícias não interromperam o tráfico de drogas, apenas o incluíram na listas dos seus negócios juntamente com gato net, transporte clandestino, distribuição de terras, venda de bujões de gás, venda de voto e venda de “segurança”.

Sabemos igualmente que as UPPs não terminaram com o tráfico e sim com os conflitos. O tráfico passa a ser operado por outros grupos: milicianos, facção hegemônica ou mesmo a facção que agora tenta impedir sua derrocada, dependendo dos acordos.


Estes acordos passam por miríades de variáveis: grupos políticos hegemônica na comunidade, acordos com associações de moradores, voto, montante de dinheiro destinado ao aparado que ocupa militarmente, etc.

Assim, ao invés de imitarmos a população estadunidense que deu apoio às tropas que invadiram o Iraque contra o inimigo Sadan Husein, e depois, viu a farsa da inexistência de nenhum dos motivos que levaram Bush a fazer tal atrocidade, devemos nos perguntar: qual é a verdadeira guerra que está ocorrendo?

Ela é simplesmente uma guerra pela hegemonia no cenário geopolítico do crime na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

As ações ocorrem no eixo ferroviário Central do Brasil e Leopoldina, expressão da compressão de uma das facções criminosas para fora da Zona Sul, que vem sendo saneada, ao menos na imagem, para as Olimpíadas.

Justificar massacres, como o de 2007, nas vésperas dos Jogos Pan Americanos, no complexo do Alemão, no qual ficou comprovada, pelo laudo da equipe da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, a existência de várias execuções sumárias é apenas uma cortina de fumaça que nos faz sustentar uma guerra ao terror em nome de um terror maior ainda, porque oculto e hegemônico.

Ônibus e carros queimados, com pouquíssimas vítimas, são expressões simbólicas do desagrado da facção que perde sua hegemonia buscando um novo acordo, que permita sua sobrevivência, afinal, eles não querem destruir a relação com o mercado que o sustenta.

A farça da operação de guerra e seus inevitáveis mortos, muitos dos quais sem qualquer envolvimento com os blocos que disputam a hegemonia do crime no tabuleiro geopolítico do Grande Rio, serve apenas para nos fazer acreditar que ausência de conflitos é igual à paz e ausência de crime, sem perceber que a hegemonização do crime pela aliança de grupos criminosos, muitos diretamente envolvidos com o aparato policial, como a CPI das Milícias provou, perpetua nossa eterna desgraça: a de acreditar que o mal são os outros.

Deixamos de fazer assim as velhas e relevantes perguntas: qual é a atual política de segurança do Rio de Janeiro que convive com milicianos, facções criminosas hegemônicas e área pacificadas que permanecem operando o crime? Quem são os nomes por trás de toda esta cortina de fumaça, que faturam alto com bilhões gerados pelo tráfico, roubo, outras formas de crime, controles milicianos de áreas, venda de votos e pacificações para as Olimpíadas? Quem está por trás da produção midiática, suportando as tropas da execução sumária de pobres em favelas distantes da Zona Sul? Até quando seremos tratados como estadunidenses suportando a tropa do bem na farsa de uma guerra, na qual já estamos há tanto tempo, que nos faz esquecer que ela tem outra finalidade e não a hegemonia no controle do mercado do crime no Rio de Janeiro?

Mas não se preocupem, quando restar o Iraque arrasado sempre surgirá o mercado financeiro, as empreiteiras e os grupos imobiliários a vender condomínios seguros nos Portos Maravilha da cidade.

Sempre sobrará a massa arrebanhada pela lógica da guerra ao terror, reduzida a baixos níveis de escolaridade e de renda que, somadas à classe média em desespero, elegerão seus algozes e o aplaudirão no desfile de 7 de setembro, quando o caveirão e o Bope passarem.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

EDITOM - O Editor de Partituras Livres

O Editor de Partituras Livres EDITOM chega ao Portal do Software Público Brasileiro em clima de comemoração. O lançamento foi durante evento dedicado à organização da Copa2014, nas instalações da FINEP no Rio de Janeiro.
Gabriel o pensador esteve presente ao evento
prestigiando o lançamento do EDITOM
A cerimônia contou com a presença do compositor e cantor Gabriel o Pensador que foi ao evento especialmente para participar da disponibilização do EDITOM.

No lançamento também estiveram presentes o diretor de inovação da FINEP Eduardo Costa, o empresário Roberto Bittar, responsável pela criação do EDITOM, e o coordenador do Portal SPB, Corinto Meffe.


Na visão do empresário Roberto Bittar o EDITOM poderá ser utilizado agora por qualquer pessoa, em particular pelas crianças que estão em idade escolar. "Com a aprovação da legislação federal que retorna o ensino da música nas escolas, o EDITOM certamente será uma ferramenta que vai estimular ainda mais o estudo da música por parte das crianças", completa Bittar.

Algumas das principais características do EDITOM são apresentadas a seguir:
  • Possui tutores de flauta, violão e teclado, mostrando as posições de cada nota ou acorde, na sequência da partitura escolhida. Os tutores têm o objetivo de facilitar a execução de músicas a partir da partitura, orientando os primeiros passos do aluno.
  • Ouvido Digital - Para os iniciantes reconhecerem as notas a partir da emissão de algum som é algo muito difícil. Para facilitar a criação da relação entre os sons produzidos e a música, o software transforma seu assobio em notas colocadas na partitura, interpretando as notas, durações e oitavas.
  • Além da forma tradicional da partitura, o software possui mais 5 formas diferentes de apresentar a partitura. Iniciando por ovais coloridos sem o pentagrama, as simbologias de escrita vão sendo acrescentadas em cada forma, até se completar na sexta forma que é a partitura tradicional.
  • São duas formas de edição de partitura convencional: 
    • ícone de nota;
    • ícone de letras.
  • Permite tocar uma partitura, como se fosse um software de Karaokê possibilitando repetir o exercício ou acompanhar a partitura, utilizando o teclado do computador como se fosse um instrumento musical.
  • O software possui várias funções facilitadoras que permitem mudanças de tom, de escala, de ritmo, com apenas um clique do mouse (botão da direita).
  • Permite a criação de acordes a partir da digitação de Cifras musicais. Para ativar o criador de acordes, selecione o modo próprio de edição (ícone de letras) e dê um duplo clique na partitura.
Para saber mais e baixar o programa acesse clicando aqui.

Para baixar o programa deve-se cadastrar, é gratuito.



quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O uso de Software livre pelo Governo deverá economizar ao país cerca de R$500 milhões


FOZ DO IGUAÇU – A utilização do software  livre (programa de computador que pode ser usado, copiado, estudado, modificado e redistribuído sem nenhuma restrição) por empresas do governo federal  deve gerar até o fim deste ano uma economia aos cofres públicos de R$ 500 milhões.

“São recursos que deixaram de ser gastos em compra de licenças de softwares proprietários desde a adoção do programa em 2003”, disse à Agência Brasil  Djalma Valois, assessor da diretoria do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI) da Casa Civil da Presidência da República.

Ele adiantou que em janeiro do próximo ano o governo vai realizar um novo levantamento para atualizar o total economizado, mas acredita que será muito próximo ao valor projetado.

Durante a sétima edição da Conferência Latino-Americana de Software Livre – Latinoware 2010 – que reúne em Foz do Iguaçu até amanhã (12) cerca de 2,3 mil participantes -, será apresentada uma das iniciativas do governo no setor, os cursos realizados pelo Centro de Difusão de Tecnologia e Conhecimento (CDTC), do ITI, que oferecem quase 400 mil vagas para empresas.

“Atualmente estão matriculados 77.247 alunos de 8.475 empresas, de 2.340 municípios brasileiros”, informou Valois. Segundo o assessor, na conferência será mostrado o processo de formação do CDTC e os atuais acordos com países da América Latina, que têm como objetivo repassar a experiência do Brasil para os demais países do Mercosul.

Fonte: R7 Notícias