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sábado, 9 de abril de 2011

Preço da gasolina: mitos e verdades

7 de abril de 2011 / 12:19
Os Estados ficam com a maior parte dos impostos
Clique aqui e saiba sobre o ICMS de Goiás
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01) Por que a Petrobras Distribuidora não se pronuncia sobre alterações de preços dos combustíveis nos postos?

Porque os preços são livres nas bombas. As distribuidoras de combustível são legalmente impedidas de exercer qualquer influência sobre eles.
Há uma lei federal que impede as distribuidoras de operarem postos. Estes são, em regra, administrados por terceiros, pessoas jurídicas distintas e autônomas.
O mercado da gasolina no Brasil hoje é regulamentado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) e pela Lei Federal 9.478/97 (Lei do Petróleo). Esta lei flexibilizou o monopólio do setor de petróleo e gás natural, até então exercido pela Petrobras (da qual a Petrobras Distribuidora é subsidiária), tornando aberto o mercado de combustíveis no País. Dessa forma, desde janeiro de 2002 as importações de combustíveis foram liberadas e o preço passou a ser definido pelo próprio mercado.

O preço final ao consumidor varia em função de múltiplos fatores como: carga tributária (municipal, estadual, federal), concorrência com outros postos na mesma região e a estrutura de custos de cada posto (encargos trabalhistas, frete, volume movimentado, margem de lucro etc.). É possível pesquisar sobre o assunto no site da Petrobras (Composição de Preços) e no da ANP (dúvidas sobre preço).


02) É verdade que a gasolina é mais cara aqui do que no resto do mundo, apesar de o Brasil ser autossuficiente em petróleo?

No gráfico a seguir é possível comparar os preços da gasolina praticados no Brasil com os preços médios em diversos países.
  • a) a parcela em verde do gráfico representa o preço da refinaria sem impostos;
  • b) a parcela em azul representa as margens de comercialização, que oscilam em função do mercado local de venda dos combustíveis;
  • c) e a parcela em amarelo representa a carga tributária que é a maior responsável pela diferença dos preços entre os países.
Observa-se, também, que os valores cobrados no Brasil encontram-se alinhados com os preços de outros países que possuem mercados de derivados abertos e competitivos.

Preços Internacionais de Gasolina – média 2010

Foto: Blog da Petrobrás,acessado em 9abr2011
A Gasolina e os impostos dela no Brasil estão mais baratos que Japão,
Alemanha, Itália, Englaterra e Uruguai.
A margem de lucro das Distrib. e dos postos de combustíveis no Brasil
é maior que nos EUA, Chile, Canadá, Englaterra, Alemanha e Itália
Obs: O teor de álcool anidro na Gasolina C se manteve em 25% ao longo do ano, exceto no período de fevereiro a março, quando o percentual foi reduzido para 20%.

Elaboração: Petrobras com dados do Banco Central, ANP, USP/Cepea, ENAP(Empresa Nacional Del Petróleo – Chile), ANCAP (Admisnistración Nacional de Combustibles, Alcohol y Portland – Uruguai) e PFC Energy.

Margens de Distribuição e Revenda obtidas por diferença. Câmbio considerado = 1,7602 (média da PTAX diária em 2010).
Constata-se, desta forma, que a Petrobras, a Petrobras Distribuidora e as demais distribuidoras não possuem ingerência total na cadeia de formação de preço do produto comercializado ao consumidor. Todos os demais agentes envolvidos podem contribuir na sua variação (para maior ou para menor).

Postos de serviço e distribuidoras podem praticar margens variáveis conforme seus planos comerciais, visto que os preços não são tabelados nem estão sob controle governamental.


03) Toda vez que o preço do álcool sobe, também aumenta o da gasolina?

As usinas de cana-de-açúcar produzem dois tipos de álcool:
  • o anidro, que é adicionado pelas distribuidoras à gasolina; 
  • e o hidratado, que passou a ser chamado de etanol.
Assim, o período de entressafra da cana-de-açúcar pode provocar alta tanto no preço final da gasolina – em virtude da escassez do álcool anidro, misturado à gasolina, hoje na proporção de 25% – quanto no preço final do etanol. Mas não é uma regra, já que vários fatores interferem no preço final do combustível. Confira no site da Petrobras.


04) A Petrobras é a única fornecedora de gasolina no Brasil?

Ao abastecer seu veículo no posto revendedor, o consumidor adquire a gasolina “C”, uma mistura de gasolina “A” com álcool anidro. Nesta época do ano, a chamada entressafra da cana-de-açúcar, o preço do álcool sobe, impactando o preço da gasolina.

A gasolina “A” pode ser produzida nas refinarias da Petrobras (Petróleo Brasileiro S.A.), por outros refinadores do País, por formuladores, pelas centrais petroquímicas ou, ainda, importada por empresas autorizadas pela ANP.

As principais distribuidoras, como a Petrobras Distribuidora e outras (consulte o Sindicom), compram a gasolina “A” da Petrobras, a maior produtora do Brasil.

Em bases e terminais, essas distribuidoras fazem a adição do álcool anidro, adquirido junto às usinas produtoras (consulte www.unica.com.br), gerando a gasolina “C”.

A proporção de álcool anidro nessa mistura (25%) é determinada pelo Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool (CIMA), vide Resoluções da ANP.

Assim, por meio de milhares de postos revendedores presentes no Brasil, as distribuidoras comercializam a gasolina “C” para todos os consumidores.


Leia também a nota de esclarecimento divulgada pela Gerência de Imprensa da Petrobras


Fonte: Luis Nassif

sexta-feira, 18 de março de 2011

O Caso Líbia - A operação Iraque se repete... motivo, petróleo

[Tudo isso para tentar chegar ao irã... e a questão como sempre é petróleo]

Líbia: o controle russo do espaço aéreo

Enviado por luisnassif,
sex,18/03/2011 - 22:09
Por Stanley Burburinho

A partir de informações do serviço secreto russo, o Pravda publicou matéria muito esclarecedora sobre a situação na Líbia. Por exemplo:
  • a contratação de mercenários pelo Pentágono através da Halliburton [empresa petrolífera] e da Blackwater [empresa que fornece paramilitares e mercenários] 
  • o serviço secreto da Rússia, que controla 100% do espaço aéreo da Líbia, garante que nenhum avião levantou vôo na Líbia desde o inicio das manifestações.
Acho que essas informações nunca veremos publicadas na velha mídia do Brasil:
“O serviço secreto russo confirmou ontem através de Nicolai Patrushev, que na verdade o que está existindo é um verdadeiro bombardeio da mídia internacional contra Kadhafi, pois a Russia controla totalmente o espaço aéreo do norte da África e cem por cento da Líbia e que os aviões que supostamente levantaram vôo para executar os bombardeios contra o povo líbio não saíram do chão e portanto não executaram qualquer ação militar; que somado a isso, por não existirem imagens de qualquer vôo, configura uma armação do Pentágono. O Secretário de Defesa do EUA admitiu o erro das informações dizendo que podem ter sido outros aviões, mas setores independentes da mídia internacional já haviam colocado a entrevista dos russos no ar e assim desmoralizado a ação do Pentágono.”
“Outro escândalo que ronda Washington é a participação de mercenários contratados pelo Pentágono, através da Halliburton e da Blackwater para participarem das batalhas na região de Cerenaica, em especial Bengazhi e Trobuk ao lado dos opositores que começam a perder terreno para os simpatizantes de Khadafy. A missão dos mercenários que ficariam sob controle da CIA, Agência Central de Inteligência e até executariam ações secretas com a aliada Al-Qaeda de Bin Laden, contra Khadafi seria manter o controle dos poços de petróleo já sob controle da oposição na região de Bengazhi.”
“Ontem um dos principais líderes da oposição a Kadafi, Khaled Maassou, na região de Cerinaica, confirmou que estava desistindo da luta por não concordar com a participação de mercencários e militares norte americanos em território líbio contra Kadhafi, e que em nenhuma situação irá contribuir com a CIA, que agora começa a assumir com a Al Qaeda o comando da situação na região de Cirenaica.”
___________
Líbia: Terroristas anti-Gadafi massacraram civis

15.03.2011
KHATARINA GARCIA e PETER BLAIR
De WASHINGTON e BENGAZHI 
REDE MUNDO\MIDIA LATINA; 06.03.11.

Depois de quase um mês onde duas guerras se realizam na Libia, uma interna, entre khadafystas e opositores do líder revolucionário, e uma no ocidente através da mídia, com o controle total das noticias pela Casa Branca e somente indo ao ar ou tendo imagens liberadas após filtragem do Pentágono ou do Departamento de Estado, a situação começa a mudar no mais emblemático país do norte da África.

Após a exibição pela TV líbia e ainda a reprodução pela Telesur e da Internet de imagens do assassinato de 212 partidários do Coronel Muammar Khadafy, em Bengazhi, mortos a sangue frio, depois de terem sido presos e sem qualquer resistência por seus opositores, o mundo árabe e membros da oposição começam a desistir de lutar contra Khadafy, considerando que já existem grandes divisões no meio dos opositores pela aliança feita por alguns setores com os EUA, inimigo histórico dos povos árabes e que inclusive bombardearam o país matando milhares de líbios.
Outro escândalo que ronda Washington é a participação de mercenários contratados pelo Pentágono, através da Halliburton e da Blackwater para participarem das batalhas na região de Cerenaica, em especial Bengazhi e Trobuk ao lado dos opositores que começam a perder terreno para os simpatizantes de Khadafy. A missão dos mercenários que ficariam sob controle da CIA, Agência Central de Inteligência e até executariam ações secretas com a aliada Al-Qaeda de Bin Laden, contra Khadafi seria manter o controle dos poços de petróleo já sob controle da oposição na região de Bengazhi.

O serviço secreto russo confirmou ontem através de Nicolai Patrushev, que na verdade o que está existindo é um verdadeiro bombardeio da mídia internacional contra Kadhafi, pois a Russia controla totalmente o espaço aéreo do norte da África e cem por cento da Líbia e que os aviões que supostamente levantaram vôo para executar os bombardeios contra o povo líbio não saíram do chão e portanto não executaram qualquer ação militar; que somado a isso, por não existirem imagens de qualquer vôo, configura uma armação do Pentágono. O Secretário de Defesa do EUA admitiu o erro das informações dizendo que podem ter sido outros aviões, mas setores independentes da mídia internacional já haviam colocado a entrevista dos russos no ar e assim desmoralizado a ação do Pentágono.

O ministro das Relações Exteriores da Libia, Mussa Kosa, em nota distribuida à imprensa mundial, apoiou a proposta do Presidente da Venezuela Hugo Chavez, da formação de uma Comissão Internacional de Paz, afirmando ainda que o Coronel Muammar Khadafy sugeriu também que a Comissão de Direitos Humanos da ONU venha à Libia e faça a investigação que desejar e não que tome qualquer decisão com base em informações da mídia comprometida com o complexo industrial militar norte americano.

Ontem um dos principais líderes da oposição a Kadafi, Khaled Maassou, na região de Cerinaica, confirmou que estava desistindo da luta por não concordar com a participação de mercencários e militares norte americanos em território líbio contra Kadhafi, e que em nenhuma situação irá contribuir com a CIA, que agora começa a assumir com a Al Qaeda o comando da situação na região de Cirenaica.

Quanto a decisão da ONU de congelar os bens de Kadhafi e seus familiares no exterior, Maassou afirmou que é uma medida inócua pois Kadhafi não tem bens no exterior e que a ele interessa é o poder, e não o dinheiro. Que o problema de Khadafy não é corrupção, pois ele não é corrupto, o problema de Kadhafi é o autoritarismo e a necessidade de alternância de poder que ele não entende.

Ontem um grupo de palestinos simpatizantes de Kadhafi foi expulso da região de Bengazhi porque se recusavam a lutar contra o líder líbio.

Toda a região de Fezzan, que compreende as cidades que vão de Sabha a Al Kufrah e praticamente toda a Tripolandia, estão sob controle das forças leais a Kadhafi. Apenas parte da região de Cirenaica, no extremo norte, está sobre controle dos opositores.

 Leia também:
Fonte: Luis Nassif - online

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O iminente esgotamento do petróleo

El Inminente Agotamiento del Petróleo


* Manuel Casal Lodeiro

Se denomina peak-oil (cénit, techo o pico del petróleo, en castellano) al momento en que la producción mundial de petróleo alcanza su máximo y comienza su declive irreversible: cada año se producirá menos petróleo. O deberíamos decir en rigor seextraerá, ya que el petróleo no se produce en el sentido en que podemos producir patatas o zapatos, ya que es una sustancia que se formó en la corteza del planeta hace millones de años y que los humanos no podemos producir. No existe un consenso sobre cuándo llegaremos a ese punto: las opiniones son diversas entre los estudiosos y no se podrá comprobar hasta varios años después de producirse eltecho. Según las fuentes que considero más fiables —por prestigio e independencia con respecto a gobiernos y multinacionales petroleras— o bien lo acabamos de pasar o bien estamos a punto de hacerlo en los próximos años.

La fecha exacta en realidad no tiene demasiada relevancia: la cuestión realmente crítica es que es un hecho irreversible que tenemos encima en términos históricos y que sus consecuencias en todas las esferas de las actividades humanas a nivel planetario serán desastrosas. Lógicamente el impacto será mayor en aquellos sectores más dependientes de esta sustancia tan especial, este verdadero tesoro geológico que tardó millones de años en formarse y que estamos dilapidando en apenas 150 años, revirtiendo de paso de manera suicida el proceso de secuestro de carbono que realizaron las algas prehistóricas y que permitió el desarrollo de las especies que hoy conocemos, incluida la nuestra.

Es fundamental tener en cuenta que no sólo menguará el número de barriles de petróleo que se pongan cada año a disposición de la economía mundial, sino que ese petróleo será cada vez de peor calidad, más costoso y difícil de extraer y refinar, y —lo que en definitiva cuenta— con un valor energético cada vez más bajo. Me refiero a lo que se conoce como Tasa de Retorno Energético (TRE), aspecto crítico de la cuestión: para extraer petróleo hace falta energía, y la relación entre la energía que obtenemos de cada barril y la que necesitamos gastar para obtenerlo, está cayendo en picado. Se calcula que para mantener una sociedad de tipo industrializado como la nuestra, cuya complejidad es altamente dependiente de este combustible fósil, se necesita obtener al menos un rendimiento de 5 barriles de petróleo por cada barril equivalente consumido en la extracción (Cutler Cleveland, Universidad de Boston). Hoy en día las tasas rondan los 10:1 (10 barriles obtenidos por cada 1) y puesto que dependemos cada vez más de los petróleos no convencionales como los obtenidos de las arenas bituminosas de Canadá o los de aguas profundas, esa tasa seguirá cayendo. Es algo muy alarmante y que nos hace ver hasta qué punto está desesperada esta civilización industrial adicta al petróleo por rascarle a la Tierra los últimos restos del combustible que la mantiene en marcha.

Y esto sin mencionar los ruinosos rendimientos energéticos de los agrocombustibles, que algunos presentan como sustitutos del petróleo, y que según diversos estudios no llegan ni al 1:1 (véanse por ejemplo los incluidos en el libro publicado por Icaria El final de la era del petróleo barato), y que muestran lo delirante que es gastar un barril de petróleo para cultivar soja —por ejemplo— con la que fabricar biodiesel para sustituir… ¡ese mismo barril que hemos gastado! Cuando cueste más energía extraer un barril que la que ese barril nos va a proporcionar, lógicamente el petróleo dejará de extraerse, pero bastante antes de llegar a ese punto, la sociedad industrial habrá dejado de existir y habremos vuelto a un tipo de sociedad mucho más simple y con menor consumo energético, posiblemente de tipo agrario y muy local.

Un modelo alimentario con los días contados 

Cuando a cualquier urbanita se le plantea que pronto escaseará el petróleo, lo primero que piensa es que no podrá llenar el depósito de su coche o que le saldrá demasiado caro; es decir, pensará que el principal impacto será sobre su movilidad. Aun siendo esta una consecuencia cierta y muy importante —dada la dependencia casi absoluta del trasporte mundial con respecto a los combustibles derivados del petróleo—, donde tendrá una repercusión más grave el Cénit del petróleo será sobre el modelo agroalimentario, por dos factores principales: el modelo de producción y el modelo de distribución/comercialización.

El modelo de producción agroganadera actualmente predominante es sumamente dependiente del petróleo. Si nos paramos a analizar qué necesita una explotación industrializada convencional para producir alimentos veremos que su lista de insumos incluye una larga serie de productos vitales directa o indirectamente dependientes de los combustibles fósiles: gasóleo para la maquinaria y los sistemas de bombeo e irrigación; pesticidas, herbicidas y plásticos elaborados por la industria petroquímica; fertilizantes derivados del gas natural (otro combustible fósil cuyo agotamiento seguirá al del petróleo); y otros diversos productos que deben llegar a la granja trasportados por camiones desde cientos o incluso miles de kilómetros, incluyendo la mayor parte de los alimentos para los animales (piensos industriales). De hecho los cálculos realizados sobre esta dependencia nos indican que para producir cada caloría de alimento hoy en día se consumen de media 10 calorías de energía fósil (Giampietro y Pimentel, datos referidos a los EE.UU.).

En algunos lugares los altos precios que alcanzaron los combustibles en el verano de 2008 llevaron a aparcar los tractores y a retomar la tracción animal. También surgen ganaderos pioneros en el abandono de los piensos importados industriales y en la vuelta a los pastos locales en extensivo, un camino que sin duda a medio/largo plazo todos los demás deberán recorrer si pretenden subsistir.

En este sentido la sobredimensión, la mecanización, el monocultivo y la dependencia de la exportación, son factores críticos de vulnerabilidad que afectan a muchas explotaciones agrícolas y ganaderas convencionales, y que deberán ser corregidos, mejor ahora de manera anticipada y previsora que más adelante cuando los elevados precios de los insumos fósiles no dejen otra opción.

Esos factores fueron impuestos por políticas agrarias que nos vendían una perpetua disponibilidad creciente de energía y por mercados falseados que no tenían en cuenta los costes reales de los diferentes tipos de producción. Si no abandonamos ese barco en el que nos hicieron subir nos hundiremos con él y —lo que es más grave—arrastraremos a la población mundial con nosotros al hacerse imposible seguir produciendo alimentos por el sistema habitual.

Pero la situación a la que nos enfrentamos es aún más difícil puesto que el problema no radica sólo en el modo de producción y sus costes. A la hora de distribuir y comercializar los alimentos producidos por esas explotaciones convencionales, dependemos absolutamente de que toda la cadena de la distribución moderna centralizada funcione correctamente y sea capaz de trasportar los productos a grandes distancias, los procese mediante sistemas mecánicos de elevado consumo energético, los mantenga refrigerados, los empaquete con diversos tipos de plásticos y los deposite just in time en las estanterías de los supermercados de las ciudades. Imaginemos por un momento que esa gran distribución falla; no es un ejercicio mental demasiado difícil pues las huelgas del trasporte nos suelen poner por unos días en una situación similar: en menos de una semana las estanterías de los supermercados urbanos quedan vacías y comienza el caos. Debemos ver este tipo de situaciones como anticipos a pequeña escala de lo que podemos vivir en pocos años a escala mundial y permanente y extraer de ahí ciertas conclusiones. La más clara de ellas debería ser que cuanto mayor es la distancia de la que procede nuestra comida, más vulnerables somos a una interrupción o encarecimiento del trasporte y que sólo la producción local puede asegurarnos el suministro de alimentos y otros productos de primera necesidad.

El cambio de modelo es imprescindible 

Si volviésemos a circuitos mucho más cortos de producción, trasformación y consumo, seríamos más resilientes, es decir más capaces de resistir este tipo de problemas. Algunos países ya están apostando por esta vuelta a la comida local, como Escocia, cuyo parlamento aprobó en 2008 una resolución en apoyo de las cadenas de suministro local para asegurar la alimentación de su población a la vista de la inminencia del Cénit del petróleo y de las crisis alimentarias. En los Estados Unidos en los últimos 10 años los mercados agrícolas locales han resurgido, aumentando su número en más de un 200% y superando ya los 6.000. El mismo fenómeno se está impulsando en mayor o menor medida en otros lugares, en ocasiones de la mano de movimientos de activistas por la soberanía alimentaria, la relocalización económica, la agroecología, la slow food o las Transition Towns.

La clave del cambio de modelo está en buscar la máxima autosuficiencia de las explotaciones. Cuando los costes de una explotación se disparan porque suben los combustibles, considero una estrategia miope reclamar subsidios a los combustibles, que no serán sino pan para hoy y hambre para mañana. Debemos reconocer que es un indicador de un problema estructural: esos costes nos dicen que dependemos totalmente de una sustancia y de un modelo que no son sostenibles, que en pocos años ya no estarán a nuestro alcance. Nuestra responsabilidad es cambiarahora para buscar la máxima autosuficiencia, dependiendo mucho menos del exterior y en todo caso sólo de aquellas otras explotaciones o industrias que estén próximas y sean también sostenibles. Para esta reconversión impostergable sí que serían útiles ayudas públicas como las que planteó el parlamento escocés: por contra, subsidiar el gasoil sólo servirá para prolongar la agonía de un modelo sin salida. También será muy útil apoyarse en el saber tradicional actualizado: la recuperación de los modos de producción integrada tradicional (policultivos agroganaderos), del abono animal, de la rotación de los cultivos, de la pesca tradicional a vela, etc. mejoradas con aportaciones de técnicas ecológicas y de diseño de sistemas sostenibles más recientes: agricultura biointensiva, permacultura, etc.

En paralelo será imprescindible que nos replanteemos nuestro mercado. Para ello busquemos nuestra clientela en la proximidad, pensemos qué alimentos es necesario producir en nuestra comunidad o cuáles pueden faltar si fallan las importaciones, y no pensemos tanto en exportaciones que ahora pueden parecer atractivas y competitivas pero que son totalmente dependientes de un trasporte artificialmente barato. Busquemos la distribución en comercios de proximidad o en la venta directa. Es decir,reestructuremos nuestra producción en torno a la autosuficiencia y la comunidad. Los cambios pueden ser dolorosos pero si los acometemos anticipadamente evitaremos cambios mucho más traumáticos en el futuro y una probable ruina. Puede que ahora lo veamos como una reducción de los ingresos, pero si lo hacemos con buen criterio la reducción de los costes compensará esos menores ingresos y estaremos haciendo nuestra explotación más resistente a futuros cortes de suministros.

Otras claves de esta trasformación nos las da Lidia Senra, del Sindicato Labrego Galego: “Potenciar el consumo de productos frescos, de temporada y a granel”. Eso lógicamente implica que los/las consumidores/as deben modificar sus hábitos—incluyendo una vuelta a un menor consumo de carne, cuya producción exige grandes cantidades de energía— y que el cambio ha de venir por ambas partes, con una concienciación mutua y un diálogo permanente en la búsqueda de alianzas sostenibles entre el campo y la ciudad para ser capaces de sobrevivir a un decrecimiento forzoso. «El camino está en la información, en el debate social sobre las consecuencias de las políticas agrarias y alimentarias que tenemos y en el compromiso de la ciudadanía para luchar por un cambio profundo de las mismas y también para que todas y todos tengamos información suficiente para ser más conscientes de que comprar es un acto político y que no tiene las mismas implicaciones comprar productos alimentarios procedentes de la agricultura industrial y de la gran distribución, que comprar productos del país en los mercados», reclama Senra.

Sin duda tenemos una descomunal lucha por delante, en primer lugar contra las políticas agrarias que nos obligan a sacrificar producción ecológica local para dar entrada a producción industrial extranjera, a perder pequeñas industrias trasformadoras y pequeños comercios de proximidad para favorecer la deslocalización y las grandes superficies. En pocos años, puede que menos de una década, el Cénit del petróleo hará muy difícil alimentarnos por esos canales y debemos hacer todo lo posible para mantener vivos los únicos de que dispondremos: los locales tradicionales y ecológicos.

Nos va la vida en esta lucha, que no sólo es contra el mercado agrícola capitalista actual sino también contra la regulación impuesta por las administraciones públicas que perjudica la viabilidad y supervivencia de esas cadenas cortas de producción, al poner demasiados obstáculos, regulaciones o tasas a la comercialización local y a la producción a pequeña escala. Es necesaria una profunda revisión de toda la normativa de producción y comercialización de alimentos a la luz de una situación energética que los gobiernos se niegan a reconocer públicamente, mientras van dejando que muera todo aquello que nos permitiría alimentarnos en un futuro sin petróleo.

Si caminamos en esta indispensable y urgente vuelta a una producción sostenible, estaremos de paso contribuyendo a luchar contra el cambio climático, pues ya sabemos que la producción y distribución de alimentos en el modelo agrícola y comercial actualmente hegemónico es uno de los principales factores del calentamiento planetario (hasta el 50% de las emisiones según datos de GRAIN en el nº 1 de ‘Soberanía Alimentaria, Biodiversidad y Culturas’).

En este sentido es importante también hacer una autocrítica y reevaluar lo que consideramos ecológico. ¿Son realmente ecológicas unas manzanas producidas en ecológico en Chile pero que viajan miles de kilómetros para ser consumidas en España? Algunos activistas apuestan por la dieta de los 100 Km, por ejemplo, y rechazan cualquier producto que venga de una distancia mayor. Otros sólo consumen aquellos producidos en su biorregión. Es una propuesta difícil dado que la mundialización ha destruido ya muchos sectores productivos y por ejemplo es casi impensable vestirse sólo con prendas de lana, algodón o lino local. Pero en el futuro será de lo único que dispongamos a precios asequibles así que cuanto antes luchemos por recuperar esas vías de sustento local y compatibles con los límites naturales, más preparadas estarán nuestras comunidades para el impacto del Cénit del petróleo, un momento crítico para nuestra especie, que nos llevará a una gran Revolución de vuelta a la sostenibilidad o nos abocará, como advierte el experto en ecología humana William Catton, a un cuello de botella evolutivo en el que tal vez sólo logren sobrevivir unos pocos miles de personas.

* Manuel Casal Lodeiro,
activista y divulgador sobre
la cuestión del Cénit del
petróleo, miembro fundador
de la asociación Véspera
de Nada.

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La trampa mortal de la Revolución Verde 

(Datos extraídos del artículo del científico Dale Allen Pfeiffer “Comiendo combustibles fósiles”)

La denominada Revolución Verde trasformó profundamente la agricultura mundial mediante su industrialización y mecanización. Entre 1950 y 1984, la producción de grano mundial aumentó en un 250%, y por tanto la energía disponible para nuestra alimentación. Esta energía adicional no procedía de un incremento de la luz solar anual que hace posible la fotosíntesis, ni de poner a cultivar nuevas tierras. La energía de la Revolución Verde fue proporcionada por los combustibles fósiles en forma de fertilizantes (gas natural), pesticidas (petróleo) e irrigación alimentada por hidrocarburos. Este cambio aumentó la demanda de energía de la agricultura en una media de 50 veces la energía invertida en la agricultura tradicional. Para hacernos una idea de la intensidad energética de la agricultura intensiva moderna, baste citar que la producción de un kilo de fertilizante de nitrógeno requiere la energía equivalente a litro y medio de gasóleo o que en los EE.UU. se necesitaban ya en 1990 más de 6 barriles de petróleo al año por cada hectárea agrícola productiva.

Sin embargo, debido a las leyes de la termodinámica, en el proceso agrícola industrial hay una marcada pérdida de energía. Entre 1945 y 1994, la inversión energética en la agricultura aumentó 120 veces, mientras que los rendimientos de las cosechas sólo se multiplicaron por 90. Desde entonces, el coste energético ha continuado incrementándose sin un aumento correspondiente en la productividad. Hemos alcanzado el punto de los retornos marginales decrecientes: la Revolución Verde está entrando en quiebra energética y amenaza con arrastrarnos con ella.

Fontes:


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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

WikiLeaks - Serra ia entregar pré-sal à exploração norte-americana

O informe da Embaixada dos EUA divulgado pelo WikiLeaks só confirma o que eu já havia divulgado várias vezes, mas que a maioria preferia achar que era teoria conspiratória dos blogueiros.
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O refino do petróleo garante a
produção de gasolina e outros derivados
As petroleiras norte-americanas contavam com o apoio do candidato derrotado à Presidência da República José Serra para não se submeter às novas regras definidas no marco de exploração de petróleo na camada pré-sal que o governo aprovou no Congresso. A Chevron chegou a ouvir do então pré-candidato favorito à Presidência, José Serra (PSDB), quando estava à frente da presidente eleita, Dilma Rousseff, a promessa de que a regra seria alterada caso ele vencesse. A revelação está em um telegrama diplomático dos EUA, datado de dezembro de 2009, e vazado pelo site WikiLeaks.

“Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava… E nós mudaremos de volta”, disse Serra a Patricia Pradal, diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações com o Governo da petroleira norte-americana Chevron, segundo relato do telegrama.

O despacho relata a frustração das petrolíferas com a falta de empenho da oposição em tentar derrubar a proposta do governo brasileiro. O texto diz que Serra se opõe ao projeto, mas não tem “senso de urgência”. Questionado sobre o que as petroleiras fariam nesse meio tempo, Serra respondeu, sempre segundo o relato: “Vocês vão e voltam”.

A executiva da Chevron relatou a conversa com Serra ao representante de economia do consulado dos EUA no Rio. O cônsul Dennis Hearne repassou as informações no despacho “A indústria do petróleo conseguirá derrubar a lei do pré-sal?”.

O governo alterou o modelo de exploração –que desde 1997 era baseado em concessões–, obrigando a partilha da produção das novas reservas. A Petrobras tem de ser parceira em todos os consórcios de exploração e é operadora exclusiva dos campos. A regra foi aprovada na Câmara este mês.

O diário conservador paulistano Folha de S. Paulo teve acesso e divulgou os seis telegramas do consulado dos EUA no Rio sobre a descoberta da reserva de petróleo, obtidos pelo WikiLeaks. Datados entre janeiro de 2008 e dezembro de 2009, mostram a preocupação da diplomacia dos EUA com as novas regras. O crescente papel da Petrobras como “operadora chefe” também é relatado com preocupação.

O consultado também avaliava, em 15 de abril de 2008, que as descobertas de petróleo e o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) poderiam “turbinar” a candidatura de Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil. O consulado cita que o Brasil se tornará um “player” importante no mercado de energia internacional. Em outro telegrama, de 27 de agosto de 2009, a executiva da Chevron comenta que uma nova estatal deve ser criada para gerir a nova reserva porque “o PMDB precisa de uma companhia”.

Texto de 30 de junho de 2008 diz que a reativação da Quarta Frota da Marinha dos EUA, na época da descoberta do pré-sal, causou reação nacionalista. A frota é destinada a agir no Atlântico Sul, área de influência brasileira.
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Porque as petrolíferas apostavam em Serra

Enviado por luisnassif,
qua, 15/12/2010 - 09:11


Coluna Econômica

A divulgação pela WikiLeaks das conversas entre a representante da Chevron (uma das sete irmãs petrolíferas) e o então candidato a presidente José Serra foi significativa. Nelas, Serra aconselhava as multinacionais a saírem do país e aguardarem sua eleição – quando então mudaria a lei do petróleo para permitir sua exploração por estrangeiros.

É apenas um capítulo na imensa reestruturação por que passa o setor.

Segundo Edmar Luiz Fagundes de Almeida, do Grupo de Energia do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE-UFRL), na década de 70 a ideia predominante era do fim da era do petróleo.

A elevação dos preços do petróleo, sua geopolítica extremamente complexa (produção concentrada em áreas em litígio), dificuldades com novas reservas, lançaram como prioridade a questão da segurança energética – um país ser auto-suficiente na energia consumida.

A maioria dos países produtores passou a explorar seus campos com suas próprias empresas estatais, deixando as antigas sete irmãs meio perdidas atrás de um reposicionamento.

No único local do globo em que se abriu para elas a possibilidade de exploração – a África – viram-se à frente com uma feroz competição chinesa.

***

Hoje em dia analisam-se os combustíveis sintéticos (carvão e gás) e há incertezas sobre o combustível potencialmente vencedor. Em uma temporada parece ser o etanol de cana, na outra, a alga, agora é o verão do óleo de palma.

Nos Estados Unidos, por exemplo, metade de produção de gás sai de energia não convencional do xisto. Há uma onda de carvão sustentável com captura de CO2. Pelo menos quarenta países consideram a possibilidade de investir pesadamente em energia nuclear.

***

Diante de tantas possibilidades, explica Edmar, a discussão está muito focada apenas na tecnologia, que é um dos espaços de possibilidades. Para que uma energia seja viável, necessita de aceitação social, economicidade.

De 2002 a 2007, auge da produção de petróleo, sem conseguir renovar seus campos de exploração, essas empresas foram se tornando cada vez mais empresas de gás.

As cinco maiores ficaram com enormes sobras de caixa, sem ter onde investir. A maior parte amortizou dívidas ou distribuiu mais dividendos do que investimentos, ou então recomprou suas próprias ações.

Na década de 90, um presidente da Exxon declarou que não iria jogar dinheiro do acionista em energia alternativa. A Shell dizia que jamais investiria em etanol de primeira geração. Agora, associou-se à brasileira Cosan.

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O pior , para elas, é que o petróleo continuará sendo a energia dominante nos próximos trinta anos, explica Edmar, mas não mais sob seu controle.

Óleo barato não está mais acessível. Quem dispor de tecnologia de ponta conseguirá obter renda tecnológica.

Nesse cenário, o pré-sal representa a fronteira geológica de maior viabilidade econômica, mais viável do que o óleo betuminoso, que o petróleo pesado da Venezuela.

Por aí se entende a razão da vitória de Serra interessar tanto às grandes petrolíferas.


Fontes:

Leia o que foi dito sobre serra e sua submissão aos EUA: